Por: Frederico Lira
Nesta quarta-feira, 18 de abril, o Estádio Eládio de Barros Carvalho recebe o jogo de ida do confronto das oitavas-de-final da Copa do Brasil. Náutico e Corinthians voltam a se enfrentar nos Aflitos após 18 anos, em um confronto muito aguardado pelos alvirrubros.
Ao longo da história, as duas equipes se enfrentaram 16 vezes. Os paulistas levam vantagem: são 10 vitórias, 3 empates e 3 derrotas – a última delas exatamente no último duelo realizado no Recife, pelo Brasileiro de 1989, em que o Timbu venceu por 1×0, gol de Nivaldo. A última vez que se enfrentaram foi na extinta Copa dos Campeões, em 07 de julho de 2002. A partida, disputada no Estádio “Mangueirão”, em Belém do Pará, terminou empatada em 1×1, tendo Thiago Tubarão assinalado pelo Náutico e Kleber pelo Corinthians.
Dissecando o adversário: O Timão não atravessa um bom momento. No campeonato Paulista, ficou apenas na nona posição, entre vinte equipes, tendo conquistado 29 pontos em 19 partidas, o que totaliza um aproveitamento de 51% dos pontos disputados. A má campanha valeu a demissão do técnico Emerson Leão, muito contestado por dirigentes e torcedores pela formação do elenco.
Na Copa do Brasil, porém, o Corinthians ainda não sabe o que é derrota. Empatou com o Pirambu por 1×1, em Sergipe, e venceu por 3×0 no Pacaembu – pela primeira fase. Na segunda, derrotou o Treze, em Campina Grande, pelo placar de 2×0, anulando, assim, o jogo da volta.
Enquanto Paulo César Carpegiani não assume oficialmente, o time será comandado pelo interino José Augusto, que deve escalar a equipe num 4-3-1-2, com a seguinte escalação: Jean; Eduardo, Marinho, Betão e Everton; Marcelo Mattos, Bruno Octávio, Magrão e Willian; Jean Carlos e Arce.
A falta de ousadia é justificada pelas deficiências no setor defensivo. Foram 28 gols sofridos ao longo do ano. Os corintianos esperam conseguir pelo menos um empate, e levar a decisão para São Paulo – onde certamente contará com o apoio da sua fiel torcida.
Os caminhos da vitória: O miolo de zaga, composto por Betão e Marino, tem causado calafrios nos corintianos. Os dois são razoavelmente seguros no jogo aéreo, mas pecam pela excessiva lentidão e má qualidade na saída de jogo. Se pressionados e exigidos na velocidade, certamente terão muito trabalho. Ainda mais frente a um ataque rápido como o do Náutico. A possível ausência de Kuki e Felipe, porém, é um problema a ser administrado por PC Gusmão.
Os jovens laterais Eduardo Ratinho e Everton, crias das divisões de base corintianas, costumam chegar com qualidade ao ataque – especialmente o primeiro – mas têm sérias deficiências na composição do setor defensivo. Talvez por isso, José Augusto tenha resolvido armar seu time com 3 volantes.
A cabeça-de-área é formada por três jogadores de muita disposição e virilidade. Ainda assim, Magrão e Marcelo Mattos (titulares absolutos do setor) não raramente apelam à violência para conter os rivais. Além do mais, são puramente “jogadores de marcação”, por assim dizer, sem qualidades para fazer o jogo fluir no meio-campo. Isso faz com que o Corinthians seja uma equipe “engessada”, com pouquíssima mobilidade na meia cancha. Dessa forma, o Náutico deve buscar pressionar os volantes e evitar os avanços dos laterais, que representam as raras alternativas de saída de bola corintiana. Marcel e Acosta serão os responsáveis por preencher o setor, e uma boa jornada é imprescindível.
Anular o jovem meia Willian – provavelmente uma função para o não menos jovem Elicarlos -, único responsável direto por municiar os atacantes é, indubitavelmente, um dos caminhos mais importantes para a vitória alvirrubra. O Corinthians deposita muitas confianças nesse jogador (campeão sul-americano sub-20 com o Brasil, em janeiro, no Paraguai) a ponto de deixar no banco o cerebral meia Roger, de longe o jogador de maior qualidade técnica nesse elenco, importantíssimo na conquista do brasileiro de 2005.
Para o ataque, as apostas de José Augusto são o ex-flamenguista Jean Carlos e o boliviano Arce. Embora sejam muito contestados pela torcida, ambos são muito velozes, “especialistas” em contra-ataques, e seguramente darão muito trabalho à inconstante defesa alvirrubra. Evitar os contra-golpes é, portanto, fundamental ao Náutico.
Por fim, é indispensável o apoio da apaixonada torcida alvirrubra, lotando os Aflitos, incentivando o Náutico do primeiro ao último minuto, levando o Timbu à glória.
Saudações alvirrubras. Vamos à vitória!