Arte da polêmica: a ditadura do politicamente correto

Por: Frederico Lira

Poucas vezes, na minha breve vida, me irritei tanto com uma arbitragem como na noite de ontem. Da raiva ao desespero; das lágrimas ao sorriso – irônico, claro, de quem não se conforma com imoralidades. Achei que toda carga de chateação havia sido descarregada ontem. Um grande engano. Abro um jornal da cidade e me deparo com a manchete: “Náutico tem 4 gols (bem) anulados e perde”.

E quando escuto jogadores, dirigentes e até torcedores – naturalmente mais emocionais do que racionais – tenho que engolir a seco o mesmo discurso. Será que estou ficando louco?

Creio que não. Aliás, tenho pelas convicções que não – como todos que não batem bem do juízo, certamente. O problema, reflexo de nossa sociedade hipócrita e demagoga, é a “ditadura do politicamente correto”. Sim, sempre que somos prejudicados e lesados em nossos direitos, somos invariavelmente obrigados a simples e puramente aceita-los. Como se fosse natural o fato de, em 90 minutos, um time de futebol ter quatro gols anulados! Como se fosse normal a agressão a Felipe, no primeiro tempo! Normalíssima, eu diria.

Do que estão com medo? De serem chamados de “maus perdedores”? De não soarem “politicamente corretos”?

Pois bem, admito o fato de que sou um péssimo perdedor, um câncer social politicamente incorreto, e, acima de tudo, um polemista incorrigível.

O dia vai nascer

Esqueçam a ridícula campanha no campeonato pernambucano. Esqueçam a fatídica – e irritante – eliminação na Copa do Brasil. Estamos a apenas três dias da estréia na Série A. Estamos a apenas três dias da triunfal volta à Primeira Divisão, após longos e tenebrosos doze anos sofrendo no “inferno” da Série B – com uma passagem ainda mais trágica pela C.

Só nós alvirrubros sabemos quão sofridos foram esses anos longe da Elite. Só nós alvirrubros, fiéis, fanáticos, apaixonados, tivemos a hombridade de, 358 dias após a catastrófica “Tragédia dos Aflitos”, dar a volta por cima. Hoje, podemos, mais do que nunca, estufar o peito, orgulhosos, e cantar euforicamente o “N-Á-U-T-I-C-O!”.

Um momento histórico. E o sentimento é de que se foram, enfim, as trevas e a escuridão. O dia vai nascer. Belo e ensolarado, o dia vai nascer.

Saudações alvirrubras.

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