Valtemiro Fernandes Pessoa, o nosso querido Miruca, nasceu em João Pessoa-PB, e foi jogando pelo Treze de Campina Grande que o Náutico o descobriu, em maio de 1966. Com a venda de Nado para o Vasco da Gama, a camisa 7 do Timbu estava sem um dono. Com a chegada de Miruca ele logo demonstrou que não haveria arrependimento na negociação.
Em junho de 1966 Miruca fazia a sua estréia com a camisa alvirrubra. Logo no seu primeiro ano no clube teve participação decisiva na conquista do tetracampeonato estadual, na brilhante campanha da Taça Brasil daquele ano, disputando a semifinal contra o Santos, estando presente na memorável vitória Timbu por 5×3 contra o time de Pelé, em pleno estádio do Pacaembu.
Em 1967 Miruca só não fez chover. Pentacampeão pernambucano, campeão da Copa Norte, e vice-campeão da Taça Brasil, com gols decisivos, como o primeiro gol contra o Palmeiras, lá em São Paulo.
A passagem de Miruca pelo Timbu se encerra no ano de 1968, com a conquista do Hexacampeonato. O domingo 21 de julho de 1968 ficou marcado na história do Náutico pela vitória de 1×0 sobre o Sport e a conquista do título. O gol foi marcado por Ramos, já na prorrogação. O ataque do Náutico naquele dia foi escalado com: Miruca, Ramos, Nino, Ivan e Lála.
Miruca foi o terceiro maior artilheiro na história do HEXA, só perdendo para Bita e Nino. Isto porque não participou dos três primeiros anos da campanha. No segundo semestre Miruca deu adeus aos pernambucanos, quando foi vendido ao São Paulo.
Miruca deixou seu nome marcado na história do tricolor paulista. Tanto que fez parte da pré-convocação da Seleção Brasileira para o mundial do México, em 1970.
O São Paulo passou anos construindo o estádio do Morumbi. Viveu momentos de vacas magras no futebol, com seu dinheiro voltado para a conclusão da obra. E na inauguração do Morumbi, o time do Porto de Portugal foi o convidado de honra para enfrentar as feras tricolores. Craques como Picasso, Roberto Dias, Gerson, Toninho Guerreiro e Paraná faziam parte do esquadrão. Mas naquele domingo 25 de janeiro de 1970 um jogador iluminado fez o primeiro gol no recém construído estádio. O camisa 7, um paraibano que brilhou no Náutico. Foi ele o abençoado por Deus na hora do gol. Placar final, São Paulo 1×1 F. C. do Porto
Após sair do São Paulo Miruca ainda jogou pelo Noroeste de Bauru, para depois voltar ao Recife, desta vez vestindo a camisa do Santa Cruz, em 1971. Era o tempo de James Thorp. Encerrou sua vitoriosa carreira de jogador no Maguari, do Ceará, em 1973.
Miruca foi um daqueles ponteiros atacantes, hoje chamados de agudos pela imprensa esportiva. Tinha um futebol habilidoso, de muita força e velocidade. Um ponta direita que deixou saudades aos alvirrubros.
Por: Carlos Menezes
Foto: Divulgação
Pena que não o vi jogar.
Tive a honra de assistilo em muitos jogos