Aquele antigo sonho e já bastante conhecido de toda criança brasileira de ser jogador de futebol levou quatro revelações do futsal pernambucano a investirem nos gramados. Após despontarem nas quadras em 2002, conquistando o vice-campeonato Brasileiro juvenil pela seleção pernambucana, André Lafayette, Renan Bastos, Dionízio e Joca rejeitaram diversas propostas para deixar o Estado para se arriscarem nos juniores do Náutico. Cerca de um ano se passou e os quatro atletas acertaram nesta semana a rescisão de seus contratos com clube e voltarão a se dedicar exclusivamente ao salonismo.

Na palavra deles, foi justamente o convite tentador para vestir a camisa do Náutico nos gramados que fez eles repensarem sobre uma saída do Estado no início de 2003. “A proposta do Náutico era bem superior. Além de podermos continuar no futsal, íamos ter a chance de tentar ser um jogador profissional”, disse o ex-atacante Renan.

E o início nos gramados não poderia ter sido melhor. De reservas, André, Renan e Dionízio pularam logo para o time titular. A alegria deles não parou por aí. Numa final contra o Santa Cruz, o Náutico conquistou o título do primeiro turno do Estadual de juniores. “Aprendi muito no campo. De reserva passei para titular em uma semana. Aquilo foi o máximo”, contou Renan.

Mas as emoções dele foram adiante. Renan foi o único dos quatro que pode abandonar os gramados com o orgulho de dizer que vestiu a camisa do Náutico num jogo oficial dos profissionais. Ele entrou no segundo tempo do jogo contra o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte, pela Copa do Brasil. “Aquele jogo contra o Atlético foi inesquecível. Quando Heriberto (ex-treinador do Náutico) olhou e me chamou para entrar nem acreditei”, relembra.

Com o passar do tempo, o quarteto sentiu na pele algumas duras realidades do futebol. Apesar de falarem sem rancor, dois deles recordaram de fatos que os deixaram triste na passagem pelos gramados. “É uma realidade muito diferente. Às vezes, tem muita trairagem”, disse Dionízio.