A fábula da cachaça
e do apito
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
ColunaNnet@nauticonet.com.br
Recife, 01 de Abril de 2009
A reta
final do returno do Pernambucano 2009 será
disputada de forma dicotômica. Há
quatro rodadas do encerramento, os confrontos
paralelos, e por que não diretos, entre
Náutico e Sport trazem um novo aspecto
ao outrora previsível campeonato estadual.
Se há pouco tempo havia um favorito absoluto
para conquistar o título, agora já
se pensa duas vezes antes de se emitir uma opinião.
Melhor para esta competição, tão
cheia de falhas, erros, desencontros e questionamentos
básicos, dentro e fora das quatro linhas.
De um lado, uma equipe
pronta, que joga junto há quase dois anos,
com o mesmo treinador no comando técnico
há quase 15 meses - e que ainda leva vantagem
de um ponto (além de um turno, pois já
está na final). Do outro, o surpreendente
Náutico, com vitórias suadas, treinador
interino/efetivo, e que parece ter encontrado
uma regularidade, em meio à turbulência
de várias origens. Em especial dos erros
grotescos e absurdos de arbitragem (toda partida
o Náutico tem um jogador expulso, que sinistro!).
Porém, a polêmica
maior que paira sobre a competição
é justamente a péssima qualidade
das arbitragens. Com a conivência de grande
parte da crônica esportiva, Federação
Pernambucana de Futebol (FPF) e da própria
comissão estadual de arbitragem, os homens
de preto estão barbarizando nesta edição.
Pior para os clubes, pois os erros não
são reparados e o prejuízo fica
por conta de cada um. Vale ressaltar que, quem
banca as arbitragens são os próprios
prejudicados, digo, os clubes participantes.
O fato é que há
pouco mais de uma semana, o Náutico viveu
a gota dágua com uma arbitragem para
lá de bisonha do aspirante à Fifa
Cláudio Mercante, que usou de dois pesos
e nenhum pênalti, no jogo contra o Central,
em Caruaru. Naquela ocasião, o presidente
do Timbu, Maurício Cardoso, disse que não
aceitaria mais arbitragem local por motivo de
deficiência técnica, falta de capacidade
de conduzir um jogo oficial de futebol.
Aliás, Maurício
Cardoso chegou a questionar até a idoneidade
dos apitadores. O motivo alegado, claro, foi de
que os erros só prejudicam ao Náutico
e, por coincidência, só beneficiam
ao arqui-rival Sport. Normal!, diriam
uns... É choro de perdedor!,
afirmariam outros...
Ora, depois que o próprio
beneficiado gritou que também iria querer
árbitros de fora, então o presidente
da FPF, Carlos Alberto Oliveira, resolveu acatar
a reivindicação (original do Náutico).
O que antes era proibido, de uma hora para outra
se tornou legal. E todos baixaram a cabeça
e a menearam positivamente, como uma lagartixa
de parede. Agora me expliquem, se puderem, os
idôneos de plantão!
A ameaça de paralisar
a competição por causa do Projeto
lei que cobra responsabilidades de todos os envolvidos
no consumo e venda de bebidas alcoólicas
é um ato típico de quem não
deseja assumir responsabilidades que lhe são
imputadas. Este fato em si não me causa
surpresa. Serve apenas como uma prova irrefutável
e definitiva de que, no Brasil, pouca gente costuma
assumir suas responsabilidades. Ganhar dinheiro
todo mundo quer. Agora, para pagar o ônus
desta dinherama aí não aparece ninguém...
E assim caminham (na impunidade)
os ilustres e idôneos árbitros de
futebol. Em Pernambuco e no Brasil. Já
nos resto do mundo eles costumam ser punidos.
Até pelos rigores das leis.
Avante, Náutico!
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