Futebol é bola
na rede (e haja chororô)
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
Recife, 20 de Junho de 2008
O Náutico
manteve a escrita em cima do Botafogo e goleou
a equipe carioca por três gols de diferença.
Assim como no Brasileirão do ano passado,
o Timbu foi melhor do que o adversário,
durante os 90 minutos, e somou mais três
pontos nesta temporada. Vale ressaltar que desde
a rodada inaugural o Clube Náutico Capibaribe
oscila entre as quatro primeiras posições.
Atualmente, o Timba está na terceira posição.
Talvez esta seja a verdadeira razão, por
conta da cortina de fumaça lançada
pelo botafoguense Paulo Schmitt (procurador STJD
e chorão), seja esta. Imagine se o Náutico
tivesse o mesmo valor cota de transmissão
que recebe o Botafogo...
Bom, a estréia do
treinador Leandro Machado não poderia ser
melhor. Bastante vibrante e participativo, ele
joga junto com a equipe. Se antes havia dúvida
sobre o seu desempenho profissional, agora é
melhor mais critério para analisarmos o
seu potencial nesta profissão. O fato é
que o resultado dá a tranqüilidade
necessária para que o trabalho do treinador
seja tocado até a partida diante do Ipatinga,
sábado (7), em Minas Gerais.
O futebol apresentado pelo
Náutico se mostrou competitivo, determinado
e experiente. A estréia do ala/meia Ruy
deu outra perspectiva à equipe. Dos seus
pés, surgiram os dois primeiros gols, em
duas triangulações eficazes com
Ticão e Geraldo, respectivamente, antes
das finalizações precisas do atacante
Felipe. Mérito ainda para o tanque Wellington,
que voltou a balançar as redes e se mostrou
um jogador operário, que contribui com
o time o tempo todo.
Por sinal, Felipe conseguiu
fazer uma pintura de gol, no começo do
segundo tempo. Na diagonal da área, pelo
lado esquerdo, ele recebeu passe de Geraldo, dominou
a bola com o pé direito e arrematou um
chute certeiro com o canhoto, sem deixar a pelota
cair! Se a partida de número 100 dele,
com a camisa do Náutico, passou em branco,
a 101ª rendeu dois importantes gols, com
destaque para o segundo. Aliás, lembra
muito o gol que Felipe fez contra o Palmeiras,
ano passado, no Palestra Itália.
No mais, o time soube tirar
proveito do desequilíbrio emocional de
um grupo de jogadores que não têm
a mínima condição de reagir,
dentro das quatro linhas, enquanto persistir esta
teoria de coitadinho, levantada pelo seu presidente
paranóico Bebeto de Freitas. Para mim,
um ex-desportista e atual chorão profissional.
Não queria começar
a coluna falando sobre os fatos extracampo. Até
porque a culpa do Náutico foi
de ter enfiado três gols neste combalido
time carioca. Se ser eliminado da Copa do Brasil,
e de ter perdido o título do estadual pela
segunda vez consecutiva são motivos para
fazer o que o zagueiro André Luiz fez,
então não existe mais senso de profissionalismo
neste País.
Para começo de conversa,
o jogador não deveria ter se dirigido ao
banco de reservas após a sua expulsão
do campo de jogo. Não satisfeito com as
reclamações ao pé do ouvido
do árbitro paulista Luiz Semene até
o momento da sua exclusão (mais uma vez
este apitador prejudicou o Náutico aplicando
cartões amarelos de forma aleatória,
tentando fazer média com o time adversário),
ele faz o sinal da cruz e depois mostra do que
é capaz. Irritado, ele chutou uma bisnaga
dágua postada na área técnica
da sua equipe em direção às
sociais do estádio. A ação
indevida termina por atingir um torcedor, que
teve os óculos quebrados. Antes de entrar
no banco de reservas, André Luiz ainda
fez gestos obscenos para os torcedores que estavam
naquele setor.
Após este espetáculo
grotesco, destemperado e patético, o atleta
alvinegro foi convidado a se retirar do gramado.
Foi aí que André Luiz vomitou toda
a sua raiva acumulada por sucessivos fracassos
da sua equipe em várias competições,
seja Brasileiro, Carioca ou Copa do Brasil (falta
incluir na lista a Sul-americana de 2008). Não
deve ser fácil ter que engolir tanta gozação
em tão pouco tempo. O Botafogo fora eliminado
pelo Figueirense, nas semifinais da Copa do Brasil
2007; e pelo Corinthians, neste ano; ostenta dois
fiascos diante do Flamengo, no campeonato local;
e ainda obteve uma fraca campanha no Brasileirão
2007, quando era apontado pela crônica carioca
como favorito ao título.
Querem criar um fato político
e fazer um circo de horrores para tentar desestabilizar
o Náutico. Por tabela, o futebol de Pernambuco.
O pateticismo quase nacional chegou a um ponto
que só nos resta sorrir! Os argumentos
utilizados nos dão câimbras de tanta
risada que provocam. Os pseudos jornalistas cariocas
esquecem que, até dois anos antes, o Botafogo
mandava os seus jogos no magnífico estádio
de Caio Martins. Um poleiro adaptado para se jogar
futebol profissional. Aquilo sim é estrutura
para a elite do futebol brasileiro. (Sem comentários!)
Agora que eles detêm
o Engenhão, que foi erguido com verba do
governo federal para sediar O Pan do Brasil,
querem arrotar a grandeza (relativa), que não
possuem. Ora, meus senhores, deixem de hipocrisia!
Os recentes episódios ocorridos no cenário
nacional foram prontamente omitidos. Ou já
se esqueceram de que a diretoria do Palmeiras
mandou jogar pimenta nos vestiários do
São Paulo, nas semifinas do Paulistão,
hein? E quando São Januário caiu
durante a final da Copa João Havelange,
em 2000? E a na final do Brasileirão de
1992, entre Flamengo x Botafogo, no Rio Maravilha,
quando parte da arquibancada superior do Maracanã
caiu e matou alguns torcedores?
É preciso haver
critério. Querer atribuir irregularidades
ao Eládio de Barros Carvalho depois de
dezenas de partidas oficiais da Confederação
Brasileira de Futebol, ao longo destes cinco anos
em que existe o Estatuto do Torcedor é
não enxergar o óbvio: está
duro ter que engolir o Náutico firme e
forte na divisão principal do futebol brasileiro.
Já não basta o que fizeram com Ruy?
Quero saber qual será a punição
deste aprendiz de jogador profissional, que fez
o que fez. As imagens (não-editadas) mostram
passo a passo o que ocorreu. Tentem ser imparciais.
Vocês representam a lei, mas não
são infalíveis.
Avante, Náutico!
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