A distorção
de uma vitória
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
ColunaNnet@nauticonet.com.br
Recife, 03 de Outubro de 2008
Nada como
um resultado positivo para ratificar um estado
de reação no Brasileirão
2008. Após longos 48 dias, ou sete partidas,
o Náutico reencontrou-se com a vitória,
curiosamente diante de um adversário de
nome homônimo. A suada porém importante
conquista dos três pontos recoloca a equipe
no caminho de fugir do rebaixamento e, conseqüentemente,
de brigar por uma vaga na Copa Sul-Americana em
2009. Mais do que acreditar, os jogadores alvirrubros
demonstraram com a bola no pé que estão
dispostos e focados nestes objetivos superpostos,
convergentes e plausíveis de serem atingidos.
Aliás, por falar
em foco, parece que toda vez que o Náutico
se supera ocorre algo paralelo que ganha mais
destaque. No clássico na Ilha do Retiro,
o time abriu o placar. Durante a comemoração,
a torcida alvirrubra levou spray de pimenta na
cara. Naquela ocasião, o Batalhão
de Choque alegou medida de manutenção
da ordem. Apesar desta atitude firme contra os
torcedores do Náutico, o oficial responsável
teve o descabimento de mostrar a razão
de todo o conflito: uma bomba de fabricação
caseira fora arremessada da torcida rubro-negra.
Mas nenhuma atitude drástica aconteceu.
Já um cinegrafista
da dona do campeonato, ao invés de estar
atento a este fato, preferiu ir atrás do
treinador Roberto Fernandes, depois que o comandante
alvirrubro ter sido expulso. Por sinal, a reação
que o levou a ser expulso de campo foi justamente
um pênalti não marcado a favor do
Náutico. Normal. Depois, no
caso do gesto obsceno, queriam porque queriam
que houvesse punição no Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD),
diga-se de passagem é outro antro de decisões
suspeitas. Nada feito. O treinador do Náutico
foi absolvido.
Quando o Botafogo perdeu
por 3 a 0, ainda na quarta rodada da competição,
seu zagueiro destemperado, além do compulsivo
presidente chorão barbarizaram nos Aflitos.
Gestos obscenos, acusações, prepotência
e apelações circenses... Quem pagou
o pato? O Náutico, ora. De pronto, fora
penalizado com a perda preventiva de dois mandos
de campo e teve que enfrentar Vasco (empate por
um gol) e Atlético Mineiro (vitória
por 2 a 1), no Arruda. No julgamento realizado
no STJD, absolvição. Mas houve prejuízos
técnicos e financeiros imputados ao Náutico,
não cobertos por ninguém ou nenhuma
instituição.
No último sábado
(1º) o circo foi proposto pelo Vitória
que contou com o apoio da imprensa local e, para
variar, mais uma vez, a Polícia Militar
de Pernambuco abriu precedentes para encaixar
o Náutico na rota de prejuízos nesta
Série A. Sendo assim, não posso
pensar diferente. Existe algum tipo de direcionamento
para o clube seja prejudicado. E isso é
inadmissível!
O argumento que utilizo
é o seguinte: por que este comportamento
excessivo dos policiais não ocorre nos
dias de jogos na Ilha do Retiro? Será que
a torcida de lá é mais educada,
civilizada que a do Náutico? E o comportamento
dos adversários? Será que lá
sempre são exemplares?
O fato é que no
Náutico tudo tem mais dimensão.
Seja para melhor ou pior. É trabalhar sério
durante a semana, buscar alternativas para vencer
em Curitiba e focar as atenções
na decisão contra a equipe paranaense.
Avante, Náutico!
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