Agora é para
engrenar na Série A
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
Recife, 10 de Agosto de 2007
Se havia
um sentimento de dívida, por parte do time
do Náutico diante da sua torcida, essa
foi paga com o futebol aplicado, ofensivo e, acima
de tudo, objetivo, na vitória incontestável
conquistada diante do Figueirense. O Caldeirão
Alvirrubro voltou a ferver com toda a energia
que emana das arquibancadas (e que, aliás,
nunca se fez ausente), ao ritmo imposto pelo Timbu
Coroado.
Não houve espaço
para desculpas nem teorias absurdas sobre "estado
do gramado, longo intervalo sem vencer nos Aflitos"
ou argumento falacioso do tipo. Faço minhas
as palavras do técnico Mário Sérgio,
que atribuiu o bom resultado conquistado pelo
Náutico aos acertos do dono da casa, e
não aos erros cometidos pela sua equipe,
ao final do confronto.
O espírito de luta
e concentração dos jogadores superou
qualquer dificuldade que por ventura ocorreu,
nos eletrizantes 90 minutos. Eletrizantes, porém
cadenciados. Nem mesmo a perda do lateral Sidny
por contusão, aos 11 minutos de partida,
arrefeceu os ânimos do time. Quase todos
estiveram numa jornada regular. A exceção
foi o atacante Ferreira, mas que está perdoado
e deve seguir em frente.
Alguns, inclusive, dispensam
até mesmo comentários. Ícone
maior da regularidade do time, o volante Elicarlos
mais uma vez fez valer o seu futebol aplicado,
com boa antecipação na marcação.
Até mesmo quando fez às vezes de
lateral, em substituição a Sidny,
o meio-campista esteve no ápice do seu
desempenho. Após 18 partidas ele recebeu
o primeiro cartão amarelo! Isso sim é
que é empenho e qualidade técnica!
Lamento que Elicarlos esteja
acertado com o Cruzeiro para 2008. Mas, ainda
bem que ele só vai para Belo Horizonte
ao final do Brasileirão 2007. Até
lá, o volante guerreiro vestirá
a gloriosa camisa das seis estrelas. Melhor para
o Náutico... Pior para os adversários!
Na zaga, Vagner estreou
bem e está configurado como opção
certa e líquida para substituir uma eventual
ausência naquele setor. Outro que tem se
destacado deveras é o prata-da-casa Onildo.
Esse garoto tem futuro - e futebol - para ir em
busca de grandes conquistas na sua carreira.
Hamilton está cada
vez mais útil ao time. Participou da criação
de jogadas importantes e, dos seus pés,
surgiu o gol de abertura da noite, assinalado
esplendorosamente pelo gringo Acosta. Por sinal,
além do segundo gol, o meia uruguaio deu
o passe para Felipe "matar" o adversário,
no segundo tempo, ao fazer 4 a 1.
O gol de Tales merece capítulo
à parte. Se o jogador não é
lá essas coisas, em termos técnicos,
ao menos detém a maestria dos grandes cobradores
de falta, da entrada da área. Que golaço,
Tales! A bola foi direto ao ângulo esquerdo.
É Wilson (goleiro do Figueirense), tenta
na próxima, ta?!
No meio, além de
Elicarlos e Tales (Daniel Paulista esteve improvisado
entre os zagueiros), Marcelo Silva e Radamés
deram fôlego, e vida, novos ao setor. Cada
um na sua especialidade. O primeiro com articulações
de jogadas buscando o gol, enquanto o segundo
fazendo prevalecer a condição de
voluntarismo e de muita raça em campo,
para mostrar quem é que manda no pedaço.
É por aí, garoto!
Enfim, o técnico
Roberto Fernandes atestou a sua teoria de que
o futebol apresentado pela sua equipe está
em plena evolução. Isso apesar das
limitações e acertos a serem corrigidos
no Náutico, já para a rodada seguinte,
quando vai encarar o pífio Flamengo, neste
sábado (11) à noite, no Maracanã.
Mas é preciso destacar
que o volume de gols desperdiçados pelo
time não pode voltar a se repetir. Muito
menos a maneira como se levou o segundo gol do
visitante. Acho que seria o momento de o Náutico
buscar zerar o saldo negativo, que hoje é
negativo de quatro.
Ainda bem que ouvi o próprio
treinador alvirrubro afirmar isso em entrevista
a uma rádio, após o jogo contra
o Figueira. Além disso, valorizar a posse
de bola, e desgastar mais o adversário
também se fazem necessários para
buscar a conquista da terceira vitória
consecutiva na Série A.
Avante, Náutico!
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