A batalha de São
Januário
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
Recife, 15 de Setembro de 2008
O Náutico
não poderia ter encontrado a melhor hora
para fazer história no Brasileirão
2008. Como nunca havia ganhado do Vasco no Rio
de Janeiro, após o expressivo triunfo em
São Januário por 3 a 1, o Timbu
aproveitou o ensejo para quebrar mais um tabu.
Por tabela, também despachou um adversário
direto na luta contra o rebaixamento. A equipe
deve ser competitiva e não pode pensar
diferente: é jogar em busca de mais três
pontos, desta vez diante do Atlético Mineiro,
no Mineirão.
A vitória contra
o time vascaíno não apenas mantém
uma invencibilidade em quatro jogos, mas efetivamente
coloca o Náutico entre os clubes que buscam
uma vaga na Copa Sul-americana, em 2009. Isso
porque, como o Sport está na oitava posição,
então repassa uma das vagas para o Alvirrubro.
Do quinto ao 12º lugar classificam-se para
esta competição continental.
Quanto à campanha
de reabilitação, já são
oito vitórias em 25 rodadas e o Timbu precisa
de mais cinco para se manter na elite do futebol
brasileiro, no próximo ano. Faltam 13 partidas
e a seqüência de bons resultados é
o caminho a ser ratificado para que o principal
objetivo deste final de temporada seja alcançado.
Apesar desta realidade
promissora, a zona de rebaixamento encontra-se
apenas a três pontos. O Vasco agora lidera
a zona de degola, com 26 pontos e sete vitórias.
Por sinal, o Náutico é a única
equipe que detém oito vitórias dentre
os clubes que brigam para continuar na Série
A, e que mantêm acesa a chama de qualificação
à Sul-americana. O próprio Atlético
Mineiro, que tem 30 pontos, curiosamente tem somente
sete vitórias e ocupa a 12ª posição.
O confronto diante do Galo
servirá para definir quem tem mais condições
de se aproximar do G-10 (os dez primeiros colocados).
Até porque, como o 11º lugar é
o Internacional, hoje com 36 pontos, nenhum dos
dois clubes poderá alcança-lo, no
caso de haver um vencedor neste sábado
(20) à noite, em Belo Horizonte.
Independente disso, a ascensão
do Náutico na competição
já não é um sonho, mas realidade
palpável. O jogo contra os vascaínos
deixou claras a superioridade técnica e
tática do alvirrubro. Com uma marcação
forte desde a saída de bola do adversário,
o Timbu não deu trégua para os cariocas.
Por sinal, o gol de abertura da partida surgiu
de uma dessas roubadas de bola no meio-campo.
Lamentável mesmo
fora a contusão do grandalhão Clodoaldo.
Bastante criticado pela minha pessoa por ocasião
da estréia contra o ex-lanterna Ipatinga,
ele mostrou que pode e tem condições
de brigar por um lugar ao sol entre os atacantes.
Melhor para o grupo, especificamente ao treinador
Roberto Fernandes, que ganhou mais um homem-gol
como opção para aquele setor.
É bem verdade que
houve falhas no sistema defensivo, em especial
nas bolas cruzadas na área. Porém,
as ausências do volante Hamilton e do meia
Paulo Santos podem ter pesado, mas não
o suficiente para arrefecer o ânimo do grupo
que esteve em combate. Destaques para William
e Felipe. Ambos saíram do banco de reservas
para contribuir com a construção
do placar.
Espero que o ala/meia Ruy
se concentre mais no jogo e atue menos para a
platéia. Valeu pelo primeiro gol com a
camisa do Náutico, no Brasileirão,
mas a competição continua e será
preciso muita bola para dobrar o time mineiro
nos seus domínios.
Diferentemente da semana
anterior, espera-se que o técnico Roberto
Fernandes aproveite o tempo disponível
para testar mais e melhores opções
para montar uma equipe ainda mais forte e competitiva
para esta 26ª rodada. O retorno dos meio-campistas
Alceu, Hamilton e Paulo Santos, além do
atacante Gilmar podem servir para motivar ainda
mais a disputa por uma vaga entre os titulares.
Avante, Náutico!
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