Variações
sobre um irreverente Timbu
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
ColunaNnet@nauticonet.com.br
Recife, 21 de Maio de 2009
Após
as duas primeiras rodadas do campeonato brasileiro
da primeira divisão 2009, o Náutico
parece ter superado expectativas. Em especial
as negativas. De maneira antagonicamente diferente
do que vinha apresentando nas competições
desta temporada, o Timbu demonstrou espírito
de luta e poder de superação para
somar quatro dos seis pontos que disputou. A equipe
ainda não está pronta e o técnico
Waldemar Lemos está apenas no início
do seu longo e árduo trabalho. Mesmo assim,
já é possível antever uma
perspectiva de boa campanha nesta edição
do Brasileirão 09. Mas faço questão
de repetir que ainda é cedo avaliar a Série
A, para os 20 clubes que estão nela.
O empate na estreia contra
o Goiás, no Serra Dourada, por 3 a 3 denota
o espírito competitivo e a vontade de vencer
dos jogadores. Depois de estar perdendo por dois
gols de diferença, após os 10 minutos
do segundo tempo, o time não se intimidou
e foi buscar um resultado digno. Não digo
que fora o ideal, mas é preciso reconhecer
que somar ponto (ou pontos) fora de casa é
mais do que necessário para se estabelecer
numa boa posição nesta competição.
Aliás, sem esses
pré-requisitos, fica muito difícil
esperar qualquer coisa de qualquer time numa competição
longa, equilibrada e de pontos corridos. A experiência
mostra, desde 2003, quando o Brasileirão
passou a ser disputado nestes moldes. E o Náutico,
enfim, parece ter reencontrado a pegada e o espírito
competitivo, até então esquecidos
nesta temporada.
Na rodada anterior, o Náutico
recebeu e encarou o Cruzeiro, nos
Aflitos. Além da estreia diante da torcida,
o fato de ter superado uma das melhores equipes
brasileiras da atualidade. Desta vez, o time alvirrubro
aliou raça e técnica para dobrar
o time estrelado das alterosas. E de maneira convincente.
Firme e atento na marcação, os atletas
fizeram uma exibição nobre, com
direito a dois golaços, construídos
com qualidade e consciência. Destaque para
a pintura de gol de Carlinhos Bala, sem dúvida,
um dos mais belos deste campeonato.
O detalhe, que também
é fato, e pra variar pouco citado por aqui,
é que esta foi a segunda derrota da Raposa
na temporada. Antes havia perdido apenas para
o Estudiantes, por 4 a 0, em La Plata, Argentina,
na fase de grupos da Copa Libertadores da América
09. Na sua estreia no Brasileirão, o Cruzeiro
ganhou do Flamengo por 2 a 0, no Mineirão.
Sem se deixar levar pela
empolgação, ou mesmo me iludir com
este bom começo de competição,
o Náutico pede inúmeras reparações
no time. Os reforços contratados ainda
vão estrear, outros estão por vir,
enquanto alguns atletas da base retomam o seu
lugar no grupo. Mas é preciso reconhecer
o mérito atingido em duas partidas. Primeiro
porque é importante começar bem.
Além do fator pontuação,
o time precisa desta confiança para decolar
mais cedo. Depois, porque as capciosas comparações
com o início do ano passado não
procedem.
Para quem não se
lembra de todos os detalhes, aí vão
os fatos: o Náutico estreou em casa diante
do Goiás e ganhou por 2 a 1. Depois, foi
ao Maracanã enfrentar um mistão
do Fluminense e também ganhou por 2 a 0.
A equipe carioca fez uma excelente campanha na
Copa Libertadores, mas perdeu o título
contra a LDU, nas cobranças de tiro livre
da marca do pênalti, fato este que o levou
a quase a um rebaixamento na Série A.
Porém, o fator crucial
foi a saída do técnico Roberto Fernandes,
que optou por uma proposta do Atlético
Paranaense. Para não terem o que falar
de sua pessoa (era perseguido sistematicamente
por grande e irresponsável parte da crônica
esportiva pernambucana), ele resolveu deixar o
Náutico na liderança do Brasileirão
(feito único para uma equipe nordestina
na era dos pontos corridos), e assumiu o Furacão.
Agora, ao contrário
daquela realidade, o atual treinador alvirrubro
dará sequência ao competente trabalho
do grupo na terceira rodada. Isso faz uma diferença
enorme. Eu diria favoravelmente grande... Por
sinal, houve um grupelho de choque que andou criticando
Waldemar Lemos por qualquer coisa, menos o seu
trabalho à frente da comissão técnica
do Náutico. Que coisa, hein...
Potanto, o momento pede
serenidade da parte de profissionais do elenco
e da comissão técnica, que precisam
mais do que nunca manter o foco e dar continuidade
ao bom trabalho deste começo de Série
A. Além disso, dirigentes e torcedores
devem se manter coesos e aliados na busca, quem
sabe, da primeira vitória fora do Recife.
Acosta
Um misto de surpresa, expectativa
positiva e desconfiança tomaram conta da
minha pessoa quando soube da notícia do
retorno do meia-atacante uruguaio Acosta ao Náutico.
Sua história no Clube Náutico Capibaribe
foi escrita de forma antagônica, dentro
e fora do campo, sob duas vertentes.
Porém, eu prefiro
falar e analisar apenas a que ocorreu nos gramados.
Em 44 partidas oficias com a mística camisa
25, Acosta deixou a sua marca por 23 vezes, sendo
a maioria absoluta no Brasileirão 2007,
quando chegou à vice-artilharia daquela
edição, com 19 gols.
Seu retorno é marcado
não apenas por questões controversas,
mas por outra, de ordem médica. De maior
relevância, espero que esta versão
não corresponda e que tudo não passe
de uma informação equivocada. Até
lá, seja bem-vindo Acosta!
Avante, Náutico!
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