Tropicália alvirrubra
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
Recife, 21 de Agosto de 2008
Do que
vem acontecendo ao Náutico nestas duas
primeiras partidas da fase de volta do Brasileirão
2008 não sei o que é pior: se as
desculpas esfarrapadas a cada fracasso acumulado,
ou as apresentações bisonhas do
time. Sinceramente, otimismo tem limite e não
dá mais para ficar adiando resultados positivos
numa competição de pontos corridos.
Para ser bem prático, o técnico
Roberto Fernandes tem 17 jogos para definir a
situação do Timbu na competição,
em termos de permanência na elite ou o amargo
regresso à Série B, em 2009.
O jogo diante do combalido
Fluminense não foi dos piores. O time mostrou
empenho e combatividade. Mais isso apenas não
é suficiente numa equipe de futebol profissional.
Por sinal, o próprio atacante/ídolo
Kuki enfim deixou a sua marca ao fazer o seu primeiro
gol com a camisa 11, na Série A. Pena que
foi justamente num momento em que o Náutico
não venceu, não reagiu e nem tampouco
convenceu ao torcedor alvirrubro. Mais uma vez,
a torcida fez a sua parte e esteve presente no
ex-Caldeirão, atual reduto de festas alheias.
Em contrapartida, o Náutico
teve duas oportunidades de ter matado o adversário,
mas não teve competência suficiente
para este fim. As mais claras oportunidades vieram
com o ala/meia Ruy, numa cabeçada fulminante
ao final do primeiro tempo; e a outra com o volante
Ticão, aos 14 minutos da etapa final. O
cara conseguiu deixar o goleiro Fernando Henrique
no chão, mas chutou em cima do defensor
carioca sentado. Incrível!
Por ironia das circunstâncias,
no contra-golpe, o tricolor carioca matou a pau
e mostrou como é que ganha jogo. Na cobrança
de escanteio, o atacante Washington cumprimentou
o atabalhoado Eduardo que, pra variar, nada pôde
fazer. Aliás, já está mais
do que na hora de Eduardo ir cuidar da sua complicada
cabecinha, e abrir os caminhos para André
Sangali mostrar serviço e tirar o time
deste marasmo. É, Eduardo, infelizmente,
o teu desgaste com a torcida chegou ao limite.
Não dá mais para te segurar na barra,
pois você não segura mais nada que
for na tua direção.
Por outro lado, não
se decide no futebol sem fazer gols. A ilusão
de envolver o adversário, jogar melhor
e não marcar, de nada vai adiantar. A solução...
Bom, o desespero não contribuiu em nada.
Não levará ao Náutico a lugar
nenhum. Até mesmo porque pior do que está,
só sendo o lanterna absoluto da competição.
É trabalhar e fazer valer a máxima
na qual a incompetente direção de
futebol do clube aposta: esperar que o Náutico
vá repetir a façanha do ano passado.
Porém, com uma diferença enorme.
Desta vez não há time, elenco, preparo
físico, goleiro e vergonha na cara! Somente
vontade... Sem organização tática
e meio-campista para ligar a bola ao ataque. Igual
a muitos times de peladeiros de final de semana
pelas várzeas brasileiras afora.
Argumentos falaciosos,
que chegam a atentar contra a capacidade mental
do torcedor, não podem ser acatados como
se tudo estivesse normal no Clube Náutico
Capibaribe. O torcedor não é idiota,
mas o presidente Maurício Cardoso acha
que sim! O torcedor cansou de acreditar em um
Náutico abstrato. Sem comando. Sem alma.
Que não se planeja e nem pensa grande.
Que não está preocupado com o time,
mas na eleição de alguns pares de
alvirrubros, que estão mais é concentrados
em suas campanhas político-eleitorais do
que com o futuro do clube no Brasileirão.
Triste palanque político da Avenida Conselheiro
Rosa e Silva...
Desculpem-me a falta de
sensibilidade para as suas questões
pessoais, mas vocês me decepcionaram com
esta postura anti-alvirrubra. Em primeiro lugar,
a vidinha pessoal de vocês. Depois, se sobrar
tempo e dinheiro, vamos pensar no Clube Náutico
Capibaribe!
A gente só colhe
aquilo que planta. Pois então, que façam
uma boa delícia do ABACAXI que vocês
planejaram para o Náutico nesta temporada.
Abaixo os amadores tropicais!
Avante, Náutico!
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