A hora da maturidade
(e cabeça no lugar)
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
ColunaNnet@nauticonet.com.br
Recife, 21 de Novembro de 2008
futebol
apresenta situações que a própria
razão desconhece. Pois bem, o Náutico
perdeu um jogo ganho e agora precisa manter o
prumo, sob a pressão total e irrestrita
de reabilitar-se na rodada seguinte. Não
adianta querer apontar culpados, dizer que houve
substituições equivocadas, ou coisas
do tipo. Afinal de contas, será que tudo
o que o Figueirense fez foi correto? Até
mesmo a expulsão do meia Rodrigo Fabri,
com poucos minutos em campo, estava nos planos
deles? Então. O momento pede serenidade
de jogadores, membros da comissão técnica,
dirigentes e, claro, da fiel e empolgada torcida
timbu. Ninguém deve se desconcentrar do
foco maior, que agora, pra mim, é único:
manter o Náutico na Série A, em
2009. Isso é o mínimo que pode ser
feito para que 2008 não termine de maneira
lastimável.
Digo isso porque acho que
a classificação para a Copa Sul-Americana
já não é mais tão
simples. É claro que restam seis pontos,
mas o principal é não descer de
divisão. Deixar de somar pontos nesta partida,
diante de um adversário direto, complicou
esta condição para o Náutico.
Mesmo assim, a última cartada será
jogada nos Aflitos, e agora a situação
está invertida. O Náutico é
quem vai precisar da vitória a todo custo.
Para quem gosta de fortes emoções,
isso é o que não faltará
no confronto diante do Atlético do Paraná,
no último final de semana, nos Aflitos.
Se o sistema defensivo
andou cometendo falhas absurdas, grotescas, o
mesmo não se pode dizer do ataque. Aliás,
o zagueiro Vagner fez até gol de cabeça,
mostrando, na prática, o caminho das pedras
- e limpou a barra da defesa alvirrubra. Porém,
cabe ao goleiro Eduardo aprender um fundamento
que ele definitivamente ainda não sabe:
sair da barra e defender bolas defensáveis.
Enquanto estiver na ativa, nunca será demais
aprender isso.
Bom, quanto ao posicionamento
dos demais jogadores... Que vacilo coletivo! É
preciso que o treinador Roberto Fernandes esteja
mais atento neste quesito, em especial nos treinos
fechados à imprensa. As bolas paradas têm
acabado, inevitavelmente, dentro da meta alvirrubra.
É hora de impedir que isso ocorra, caso
contrário isso levará o Náutico
à Série B.
Mesmo assim, não
é hora para acusações, mas
de cobranças específicas. Ruy precisa
usar mais a sua sutil cabecinha e jogar para o
time. Não sei por que ele acha que está
sendo observado por alguém para defender
a Seleção Brasileira, e prefere
dar dribles desnecessários a mais em vez
de ser objetivo. O fato é que o volante
Derley fez muita falta nesta partida. O tal do
zagueiro alvinegro que marcou o gol da vitória
catarinense nem acertou a cabeçada, mas
a bola teve destino certo. São coisas do
futebol.
Campo encharcado, que prejudicou
os dois lados, torcida adversária nem de
longe incomodou aos jogadores alvirrubros. Quer
dizer, o principal adversário do Timbu
foi ele mesmo. É incrível, mas no
futebol não existe lógica. Para
manter a cabeça no lugar, o Náutico
precisa trabalhar com humildade e afinco para
esta decisão contra os paranaenses. Não
existe outra saída. É usar a cabeça
que o Figueira utilizou com tanta competência,
para fugir de um pesadelo que, só de pensar,
já proporciona uma imensa dor de cabeça!
Alvirrubros, pensem nisso, usem a cabeça!
Avante, Náutico!
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