Entre evoluções
e defeitos notórios
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
ColunaNnet@nauticonet.com.br
Recife, 26 de Janeiro de 2009
O Náutico
conseguiu vencer a primeira do ano nos Aflitos.
Passada esta ansiedade, que se transformou em
mais um obstáculo ferrenho durante o confronto
diante do Central, chegou o momento de o técnico
Roberto Fernandes admitir que improvisações
têm limite. Claro que existem vários
atletas que ainda não estão em condições
burocráticas de atuar, mas ele não
repetiu a escalação do time em nenhuma
das cinco partidas seguidas. Partindo desta premissa,
fica difícil apostar apenas na sorte e
espontaneidade dos jogadores para vencer os jogos
que restam, e, assim, levantar o primeiro turno
do Pernambucano.
Não quero ser pessimista,
mas acredito que um pouco de realismo seja necessário.
A demora na regularização de atletas,
atrelada à falta de entrosamento não
oferece a maturidade (nem a confiança)
necessária para uma equipe atingir as metas.
Vontade não falta e pude constatar isso,
por meio das atuações dos briosos
guerreiros que lutaram pela vitória no
Eládio de Barros de Carvalho. Mas é
preciso mais organização tática,
atenção e melhor posicionamento.
Em especial na defensiva timbu.
A desorganização
no sistema defensivo persiste, mesmo o time não
sofrendo gol nesta rodada. A cada jogo um trio
de zagueiros é formado, ou mesmo uma nova
dupla é acionada. O ala Anderson Santana
matou a equipe, com um futebol abaixo
da média. A sua pífia produtividade
levou muitos torcedores a perder a paciência
e pedir pela sua saída. Já na direita,
o atacante Gilmar ficava perdido, apesar da disposição
notória em querer ajudar ao grupo.
O goleiro Eduardo é
um capítulo à parte. Ora ele fecha
a barra, ora seria melhor que ele nem estivesse
em campo. Diante destas apresentações
oscilantes, isso não passa ao grupo nenhuma
tranqüilidade. Pelo menos para quem está
assistindo ao jogo, das arquibancadas, garanto
que não! Pessoalmente, prefiro ver em ação
André Sangali. Acho este profissional mais
seguro, se coloca melhor na área, além
de ser preciso nas bolas aéreas e com melhor
reposição de bola. Em especial nas
saídas de jogo.
Para piorar a situação,
a contusão do atacante Somália já
causa a primeira séria baixa nesta temporada.
Com apenas duas partidas e um gol, o jogador ficará
inativo por cerca de quatro semanas. Por enquanto
não há problema, pois o endiabrado
Anderson Lessa já mostra a que veio. Oportunismo,
qualidade no drible em direção ao
gol e espírito de grupo, o baixinho alvirrubro
é o símbolo da raça aliada
à vontade de vencer. Sério candidato
a ídolo em 2009.
O seu entrosamento com
Carlinhos Bala é questão de tempo.
Por sinal, êita espírito de luta
arretado que este atleta demonstra! Defende, ataca,
marca, apóia, chuta em gol, cobra falta
da entrada da área, enfim, não pára
de produzir durante os 90 minutos. A sua efetiva
participação gerou o gol solitário,
que mantém o Náutico aceso no turno.
No meio-de-campo destaque
para Juliano e Nunes. A improvisação
deste último na defesa é fruto desta
carência de início de temporada.
Quase esqueci de citar a estréia do defensor
Galiardo. Espero que ele melhore e evolua com
o time, no decorrer desta competição.
Se o seu cartão de apresentação
não foi o esperado, a sua melhor oportunidade
se dará ao longo da temporada.
No mais, é tentar
organizar a estrutura disponível e não
deixar de acreditar que o primeiro turno é
possível. Aliás, o que não
é possível no futebol...
Avante, Náutico!
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