Triste futebol pernambucano
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
ColunaNnet@nauticonet.com.br
Recife, 26 de Novembro de 2009
As emoções
previstas para este final de temporada para o
Náutico atingiram um patamar acima das
expectativas que fomentei, desde que começou
esta edição do campeonato brasileiro
da Primeira Divisão. Digo isso baseado
no contexto do qual já havia opinado, antes
mesmo deste estar em plena evidência. Basta
verificar textos anteriores, quando afirmei que,
mais uma vez, o Brasileirão 2009 seria
de muita, mas muita emoção para
os torcedores do Clube Náutico Capibaribe.
E aí está a previsão sendo
materializada a duas rodadas do final.
Não que esta profetização
seja algo fora do comum, ou mesmo do tipo transcendental.
Apenas mais uma temporada onde a falta de planejamento
atrelada à incompetência dos dirigentes
alvirrubros tenha chegado ao óbvio ululante.
Porém, quero deixar claro que existe uma
remota (porém real) possibilidade de permanência
do time alvirrubro dentre os melhores do País.
Claro que seria fantástico a manutenção
do Timbu na elite nacional. O chato é não
depender apenas do próprio esforço.
Por outro lado, fico a
refletir sobre a dubiedade que este feito possa
trazer, em termos de postura administrativa para
o clube, no futuro. O legado da casualidade é
o ponto crucial desta discussão que aqui
estabeleço. Não adianta alguns energúmenos
quererem insistir que não há
planejamento sem cota pré-determinada no
futebol. Ora, tal falácia não
caberia numa lógica tão anti-lógica,
como pode ser classificado o futebol. Em especial
no Brasil, quando tudo é possível...
Acima ou abaixo da lei, de regulamentos, da ética,
enfim, de tudo e de todos!
É preciso haver
mais seriedade e compromisso para com quem paga
as contas no Náutico, O sócio é
convocado a participar, os torcedores, os colaboradores,
mas sem poder emitir opinião. Tem que aceitar
goela abaixo todo tipo de negociata, incompetência,
má fé e oportunismos de origens
diversas e apenas gritar melhor dizendo
apoiar o time de maneira cega, burra e
conivente das arquibancadas. Será que é
este mesmo o papel do torcedor de um clube de
futebol?
Assim, creio eu, o momento
é ideal para refletirem todos juntos: dirigentes
atuais, futuros dirigentes do Náutico,
torcedores, cronistas esportivos, donos de federação
estadual, observadores e até não-terráqueos
para que seja repensada toda esta fossa sem fim
na qual se afunda o futebol pernambucano, de maneira
generalizada.
A própria região
Nordeste parou no tempo e no espaço, quando
os seus famigerados dirigentes abriram mão
do Campeonato do Nordeste, em 2003, gerando um
legado futebol medíocre aos seus clubes,
onde os seus torcedores locais assistem de maneira
inoperante e subserviente aos times do eixo sul-sudeste
roubarem os corações e mentes dos
torcedores de futebol nordestinos.
Creio que há muito
cretinismo e colaboracionismo por parte de pessoas
que omitem a sua real responsabilidade neste processo.
Mas que estão ganhando muito dinheiro fácil
e pouco, ou nada, querem fazer para mudar este
estado de coisas na qual sucumbe o resistente
futebol pernambucano. O problema é saber
até quando esta resistência irá
perdurar. Mas isso só o tempo dirá...
Por hora, estaremos todos
ao deus dará! Ou melhor, viveremos das
migalhas que por ventura sobrarem para nossos
clubes daqui da região semi-árida
brasileira... Assim caminha o tortuoso futebol
brasileiro...
Tenho dito.
Saudações
alvirrubras!
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