Ninguém regula
a arbitragem nacional!
Por: José Gomes Neto - Foto:
NauticoNET
Recife, 28 de Agosto de 2007
De rodada
em rodada, o Brasileirão 2007 se destaca
mais pelos erros das arbitragens do que pelo bom
futebol jogado pelos times. A exceção
do São Paulo, equipe mais regular da competição
após 21 jogos, há um equilíbrio
que os nivela por baixo e, portanto, os deixa
na mesma condição de brigar pelos
seus interesses. Cada um na sua realidade estrutural
e técnica na competição.
Mas é inacreditável
como impera a cultura da não-punição
dentro da corja que se autodenomina como Comissão
Nacional de Arbitragem.
Sediada no Rio de Janeiro, apesar da capital federal
ser Brasília há 47 anos, ela está
cercada de boas influências, como a Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), e o Supremo Tribunal
de Justiça Desportiva (STJD).
Desde a implantação
(fictícia) do Estatuto do Torcedor (Lei
Federal 10.671), em 15 de maio de 2003, que quase
todas as esferas envolvidas no futebol têm
previstas legislações para casos
de infrações, sejam leves ou graves.
Os clubes, o torcedor, os dirigentes, os atletas,
todos estão na mira (regulados) para que
tudo saia a contento, ou seja, que haja o máximo
de lisura nos campeonatos de futebol pelo País.
A exceção é a figura do árbitro
e de seus assistentes.
Quase como se fossem membros
iluminados da Santíssima Igreja Católica
em pleno exercício de sua divina repressão
na caótica Idade Média na Europa,
com o poder de julgar quem merecia viver ou morrer.
Acima do bem e do mal. Inclusive do próprio
mal que causavam às pessoas quando bancavam
nada menos que Deus. Assim é que vejo a
maneira como é tratado um árbitro
de futebol no Brasil.
Resquícios de uma
época em que prevalecia o "ouça,
cale a boca e obedeça", esses pseudo
profissionais não têm mais o direito
de serem diferentes dos outros humanos mortais.
Ou pelo menos não deveriam ter. A ditadura
militar acabou, mas ainda vive na conduta absolutista
e prepotente desse pessoal que se arvora em possuir
um apito e dois cartões no bolso e representar
a verdade absoluta das regras do futebol. Eles
podem tudo e que ninguém ouse desafia-los!
Além de intocáveis,
os árbitros são protegidos pela
ausência completa de qualquer legislação
que os coloque na condição de igualdade,
no mundo do futebol. Sob o argumento falacioso
de que "são humanos e, portanto passíveis
de erros", eles pitam e bordam sem o menor
pudor.
Entidade mítica
e inalcançável ao racionalismo humano,
eles têm o direito de anular gol lícito,
tirar o título de um clube com um erro
crasso, colocar por água abaixo todo um
planejamento que exigiu tempo e dinheiro de uma
agremiação, tirar um mando de campo,
expulsar um treinador por achar que está
sendo muito reclamado ou interpretar uma falta
fora da área como pênalti, só
para citar algumas delas, e nada vai lhes acontecer.
Normal... Problema de quem saiu no prejuízo!
"É choro de perdedor!".
Pois bem, se eles não
são mais humanos do que os outros, então
por que não estão passíveis
de serem julgados, condenados e punidos por absurdos
que praticam a cada partida de futebol profissional
no Brasil? Serão os árbitros alienígenas
- apesar de se dizerem humanos - que estão
no planeta bola para dominar o mundo com seus
cartões amarelo e vermelho, e um pequeno
instrumento estridente?!
O erro faz parte da existência
humana e é perfeitamente compreensível.
Agora, fazer dessa falha, incompetência,
ou má fé, um argumento de defesa
para escândalos a cada jogo, de norte a
sul, e justificar na maior cara de pau que são
humanos, aí eu não agüento
mais. Parece ladainha de jogador quando o time
perde jogo: "Agora é levantar a cabeça
e tentar reverter a situação".
O fato é que a grita
de treinadores contra os erros dos senhores árbitros
não é recente e já tem mais
regularidade no Brasileirão do que o próprio
time do São Paulo. Será preciso
que tanto elas (árbitras) como eles tenham
que posar nus em revistas do ramo para serem punidos?!
A assistente paulista Ana
Paula Oliveira foi punida pela Federação
Paulista porque posou nua para uma revista masculina
e não por ter prejudicado o Botafogo contra
o Atlético Mineiro na Copa do Brasil 2007.
É preciso a imprensa
esportiva nacional rever esse conceito, caso contrário
seremos obrigados a conviver com o fato de que
ninguém regula a arbitragem nacional. Da
mesma maneira que ninguém regula os Estados
Unidos da América, quando o assunto é
invadir e conquistar países por interesses
político-econômicos, sob a máscara
de democracia e liberdade de expressão.
Náutico - Sobre
a partida entre São Paulo e Náutico,
até o momento em que o jogo estava sendo
disputado entre as equipes, havia equilíbrio.
Mas quando o carioca radicado em Santa Catarina
Wagner Tardelli resolveu dar uma mãozinha
ao time da casa, aí ele levou uma mãozada
de Souza (que não apenas reclama durante
todo o jogo, mas agora também bate nos
árbitros), na carinha de pau. Infelizmente
não quebrou nem um dentinho...
Como Acosta chegou a empurrar
o boxeador são-paulino durante um princípio
de confusão generalizada, então
o gringo, que além de uruguaio é
nordestino (está defendendo o Náutico)
foi escolhido para ser o expulso. Esse foi o "incentivo"
que faltava para o time paulista reencontrar o
seu futebol competitivo e golear impiedosamente
o Timbu por 5 a 0 no Morumbi.
Claro, ou você achava
que o Náutico iria ficar impune depois
de ter vencido Corinthians (por duas vezes esse
ano) e o Santos lá dentro de São
Paulo? Né assim, não!!!
É esquecer das preferências regionais
e financeiras da Confederação Brasileira
de Futebol (CBF), trabalhar mais ainda para buscar
a reabilitação, e partir para a
vitória diante do Vasco da Gama, em São
Januário, na noite desta quinta-feira (30),
contra tudo e contra todos, mais uma vez.
Avante Náutico!!!
Avante, Náutico!
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