Antigos erros voltam
à tona
Por: Frederico Lira - Foto:
NauticoNET
Recife, 08 de Março
de 2007
Dois
jogos: 12 gols marcados, nenhum sofrido. Duas
vitórias arrasadoras que, embora frente
a adversários tecnicamente fracos,
não deixaram margens quanto à
evolução Timbu na temporada.
Na última quarta-feira, em Caruaru,
diante do Porto, era o momento de trazer mais
três pontos e sacramentar a ascensão,
certo? Não quando se trata do Náutico.
A partida
no agreste trouxe à tona antigas deficiências
que, passadas onze rodadas do estadual, mais
duas da Copa do Brasil, persistem atormentando
o torcedor alvirrubro. Na décima terceira
exibição do elenco na temporada,
ainda é possível detectar erros
primários, infantis e inaceitáveis
no inócuo sistema defensivo.
Some-se uma
cabeça-de-área inoperante -
que não marca nem ataca - a laterais
igualmente ineficientes, cuja desobediência
tática forma diversos “buracos”
na retaguarda, e a uma defesa lenta e confusa:
teremos um reflexo perfeito da atuação
alvirrubra frente ao “gavião
do agreste”. Absolutamente os mesmo
erros da primeira rodada, em Santa Cruz do
Capibaribe, contra o Ypiranga. Exatamente
os mesmos desacertos que nos tiraram a chance
de brigar pelo primeiro turno. Mais uma vez,
largamos atrás de nossos rivais, e
teremos apenas sete rodadas para desfazer
o prejuízo.
Hélio
dos Anjos – Na tarde dessa
quinta-feira, a diretoria alvirrubra foi pega
de surpresa com a notícia de que o
técnico Hélio dos Anjos estaria
se transferindo para o “mundo árabe”.
Na verdade, nem tanta surpresa assim: Hélio
já vinha negociando com um clube da
Arábia Saudita há aproximadamente
vinte dias. Ironicamente, quando o técnico
optou por barrar Edinho dos relacionados para
o jogo do último domingo, alegou que
o lateral havia recebido proposta do Goiás,
o que teria “mexido” com a sua
cabeça. A pergunta que fica é:
o mesmo não vale para Hélio?
O fato é
que Hélio tem grande responsabilidade
na situação do Náutico
nessa temporada. A começar pelo motivo
de que dispôs de grande autonomia no
momento de indicar e contratar jogadores.
Muitos dos atletas que treinam nos Aflitos,
e que se observa que não têm
a mínima condição de
vestir o manto encarnado e branco, vieram
com o seu aval. A insistência em jogadores
pouco produtivos, a inflexibilidade no momento
de mudar situações de jogo,
a falta de um padrão tático
definido – após dois meses de
atividades – e a demora em processar
mudanças são pecados capitais
que pesam contra o trabalho de Hélio
no ano de 2007. Acrescente-se o altíssimo
custo de sua comissão técnica
aos cofres alvirrubros – especula-se
nos bastidores de Conselheiro Rosa e Silva
que ultrapassava os cem mil reais –
e veremos que o treinador mineiro sai em boa
hora.
Foram oito
vitórias em treze jogos disputados;
cinco derrotas, dentre elas, adversários
de pouca expressão, como Porto, Ypiranga
e Vera Cruz. Um aproveitamento bem aquém
da tradição do Náutico.
Hélio
deixou seu nome marcado como o técnico
que levou o Timbu a um histórico acesso,
após doze anos de Série B –
e devemos ser eternamente gratos por isso.
Ocorre que, convenhamos, 2007 não tem
sido, até agora, bom pra ninguém
nos Aflitos.
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