Confiança
e regularidade. É o Náutico
no caminho da afirmação
Por: José Gomes Neto- Foto:
NauticoNET
Recife, 06 de Março
de 2007
Não
poderia ser melhor. Ou melhor, até
que poderia ser melhor, sim, a estréia
do Náutico no segundo turno do Campeonato
Pernambucano da Série A1 2007. Calma,
torcedor alvirrubro. Não me refiro
ao placar em si. O inédito 6 a 0 aplicado
pelo Timba neste Estadual não deixa
dúvidas quanto à superioridade
do time da Rosa e Silva, que enguiçou
a Máquina de Costura de Santa Cruz
do Capibaribe e ocupa a liderança do
returno, por causa do óbvio farto saldo
de gols.
Mas
as limitações que os laterais
estão mostrando e ainda a falta de
eficácia dos protetores da zaga são
motivos suficientes para uma natural reflexão
por parte do comando técnico do time.
Para mim, esses ainda são os pontos
falhos do Náutico, nesta temporada.
Mas não é motivo de desespero,
mais de treino, mais e mais, em busca da mudança
de postura. Caso não dê resultado,
que entre em cena a rotineira substituição
que o futebol impõe àqueles
que não produzem o necessário
para permanecer como titulares numa equipe
competitiva.
Por
outro lado, o goleiro Gléguer vem se
configurando como um paredão. Apesar
de ser em competições diferentes,
há dois jogos que a defesa não
é vazada. Esse fato é inédito
no Náutico, nesta temporada. Parece
que este setor começa a ganhar terreno,
e com qualidade. A dupla de zagueiros Índio
e Alysson conquistou a confiança e
a preferência do técnico Hélio
dos Anjos, e também da torcida timbu.
Destaque-se
as boas atuações dos defensores,
em especial do artilheiro Índio, o
guerreiro. Quando subiu para fazer o gol,
no escanteio cobrado por Cristian, no final
do primeiro tempo, ele cabeceou com boca e
tudo para as redes de Romero. Firme e disciplinado,
Índio é o novo xerife da zaga
alvirrubra. Breno e Valença vão
ter que treinar, e muito, para conseguir uma
vaga a partir de agora. Melhor para o grupo.
Dos
laterais, Escalona demora muito para entrar
no jogo e já anda cansando a paciência
dos torcedores. Eis a vantagem de acompanhar
as partidas do Náutico das arquibancadas
do Eládio de Barros Carvalho. A constatação
in loco é facilmente detectável.
Enquanto Sidny precisa voltar a pisar no gramado
e esperar o tempo certo da bola, pois continua
a correr mais do que a própria.
A crítica
mais ferrenha está concentrada no setor
de contenção. Não que
Luciano não saiba desarmar, mas o sofrimento
começa a partir da construção
de jogada, quero dizer, quando ele tem que
repor a bola em jogo. Walker tem disposição,
mas é preciso apurar mais a parte técnica
e desempenhar um futebol com maior qualidade,
precisão e espírito competitivo.
No
meio-de-campo, Cristian destoou um pouco e
não obteve a mesma movimentação
que apresentou diante do Parnahyba/PI, pela
segunda partida da primeira rodada da Copa
do Brasil. Pior para ele, pois Acosta mostrou
o seu cartão de visita e deixou ótima
impressão para todos, leia-se gregos
e troianos.
Porém,
do outro lado do campo, Marcel também
só engrenou durante os 45 minutos finais.
Fato que ocorreu identicamente com os atacantes
Felipe e Kuki. A dupla está voltando
ao ritmo da Série B do ano passado
e isso é motivo de muitos gols que
ainda vão fazer e alegria dos alvirrubros
nos próximos jogos.
Quando
o meia Beto Acosta foi chamado por Hélio
dos Anjos para entrar em campo, parecia mais
um gol do Náutico. A reação
da torcida foi típica de quem já
conhecia, e bem, o jogador uruguaio. A recíproca
fora verdadeira. O resultado foi que a química
estabelecida entre ele e a torcida timbu fora
imediata. Passe preciso para o baixinho Kuki
fazer o primeiro dele na partida. Em seguida,
o próprio batismo com um golaço
de letra para conquistar de vez a confiança
da fabulosa e eletrizante torcida alvirrubra.
Para
a segunda rodada do returno, na quarta-feira
(7), não espero por nova goleada, dessa
vez em cima do Porto, no Antônio Inácio,
em Caruaru. Mas uma partida com regularidade
e um futebol bem competitivo por parte do
Náutico. Mais um resultado positivo
e o objetivo do time estará cumprido.
Sem maiores delongas ou burocracias desnecessárias,
a título de placar.
Bastam
mais três pontos para que a equipe de
Conselheiro Rosa e Silva se mantenha no topo
da tabela. Na perspectiva de conquistar uma
vaga na decisão do Pernambucano de
2007. O tempo é curto, mas o entrosamento
do time já pode ser considerado como
razoável.
|